sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Como o assunto da hora é a greve, que em algumas universidades já dura mais de 100 dias, nosso primeiro post não poderia deixar de ser sobre esse assunto. O texto a seguir foi escrito pelo Antônio Arapiraca, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, no campus X em Curvelo/MG, e com experiência na área de Física Atômica e Molecular. Na área de Engenharia ele ajudou a desenvolver um sistema fotovoltaico embarcado utilizando um sistema de controle de carga otimizado. Tem atuado também com os seguintes temas: projetos de instrumentação para o ensino de ciências e engenharia; alfabetização e divulgação científica; popularização do uso de software livre. Ele faz parte do comando de greve, então vocês já imaginam qual é a posição dele sobre o assunto! Quem quiser saber mais sobre o trabalho do Ara pode visitar a página dele https://sites.google.com/site/antonioarapiraca/ .


A Tarefa de Resistir e as Eleições Municipais


31/08/2012
Por Antônio Arapiraca
De BH

Ainda que a onda de recriminação e a campanha de contrainformação protagonizada por diversos órgãos de mídia e pelo governo Dilma Roussef tenham um peso brutal, conseguimos ultrapassar 104 dias de Greve. De fato, estamos tod@s muito cansad@s. Porém, neste momento é preciso que tenhamos calma e tenacidade para que possamos renovar o fôlego do perseverar. Obviamente não é fácil dizer isto para trabalhadoras e trabalhadores que vem sendo sistematicamente cobrados para que voltem aos seus postos de trabalho.

O viés mais utilizado da campanha recriminatória que sofremos é o de que estamos prejudicando centenas de milhares de jovens em todo país. Quase nunca vemos na construção discursiva dos veículos de comunicação uma ênfase real às nossas pautas de reivindicações. Realmente, os estudantes são as maiores vítimas, mas não do movimento paredista docente, e sim do descaso histórico com o qual a educação brasileira é tratada.

Resistimos aos mais diversos ataques, ameaças e intimidações por parte do governo Dilma Roussef, que após tentativas inócuas de dissuadir o movimento grevista dos docentes aposta no silêncio e na ruptura de canais de negociação (os quais nunca existiram efetivamente) como forma de cansar a categoria. Porém, mesmo com toda virulência desferida, nos mantivemos firmes. Agora, mais do que nunca, é preciso refletir sobre um pouco do legado intelectual do pensador italiano Antonio Gramsci que dizia: “pessimismo da razão, otimismo da ação”.

Outros conceitos importantes que foram trabalhados por Gramsci são os de Hegemonia e o de Guerra de Posições. Isso mesmo, estamos numa guerra de posições disputando hegemonia com o governo Dilma Roussef. Talvez me chamem de ingênuo ou de utópico por pretender tarefa de tal envergadura, mas não esqueçamos do nosso papel enquanto agentes históricos. Nosso ofício é dedicado ao educar. Será este um poder pequeno?

Pois bem car@s colegas docentes, recentemente vários “intelectuais” de fachada, os quais muitas vezes recebem gordos financiamentos para legitimar discursos oficiais, apareceram para proferir insultos contra nossas reivindicações, mas destes não podemos esperar nada, pois se constituíram em “intelectuais” justamente por serem adesistas de plantão. Um deles nos disse que tínhamos o comportamento de crianças e até um belo texto foi escrito para rebater o dito senhor. Este texto ao meu ver, apesar de bem escrito, nem seria necessário, bastaria dizer a este senhor o que Gonzaguinha diria: “eu fico é com a pureza das respostas das crianças”.

E nada melhor para um docente, na acepção plena da palavra, do que falar sobre (e para) a juventude. Isso anima o perseverar e recarrega as baterias da motivação. El@s, a juventude, são nosso maior patrimônio e fonte de inspiração. Sim, digamos em alto e bom som, sem vergonha, com altivez e olhando nos olhos de quem quer que seja: a nossa luta é em nome da juventude brasileira. Lutamos em nome de algo muito maior que está para além das malhas salariais frias e ilógicas apresentadas pelo governo Dilma Roussef.

Resistir é fundamental, sobretudo com a proximidade das eleições municipais. Digo isto, porque a classe política de nosso país só consegue entender um tipo de linguagem, a do voto. E mesmo que a docência em nosso país esteja sendo historicamente dilacerada, não conseguiram tirar de nós o poder simbólico de formadores de opinião. Acredito que temos um papel central neste momento eleitoral. Talvez, com a exposição das contradições de suas posturas, os políticos optem por ações concretas na educação. Para isto a Greve Docente deve continuar e se intensificar.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Apresentações



Meu nome é Bárbara, há dois anos sou professora assistente no departamento de Matemática da Universidade Federal de Ouro Preto e desde 2004 sou aluna da Universidade Federal de Minas Gerais. Lá concluí minha graduação em Física, meu mestrado em Matemática e agora tento concluir meu doutorado em Matemática (ainda resta esperança). Ser professora sempre foi meu sonho de infância, mas ao chegar na universidade eu vi que a realidade estava muito distante do sonho em vários aspectos. Tem muita coisa errada nas universidades país a fora: falta de infra-estrutura, falta de professores, alunos que não querem saber de nada, professores que fazem um péssimo trabalho e outros que simplesmente não aparecem... eu sempre discuti muito sobre essas coisas com meus amigos e colegas de trabalho, discussões  na sala de café, no bar e principalmente no facebook. E da última discussão surgiu uma ideia: por que não gastar minhas horas de computador com alguma coisa mais importante que fotos de cachorros fofinhos? E assim, inspirada também na famosa página  Diário de Classe http://www.facebook.com/DiariodeClasseSC , criada pela Isadora de apenas 13 anos para mostrar ao mundo a situação da escola onde estuda, resolvi criar esse blog para que todos possam mostrar ao mundo o que acontece de bom e de ruim em suas universidades. Como escrever certamente não é o meu forte, resolvi criar um esquema em que as pessoas pudessem criar seus próprios posts. Vale (quase) tudo: denúncias de coisas que estão erradas, relatos de experiências que deram certo, opniões, casos, tudo o que vale a pena compartilhar sobre a sua comunidade universitária!
Se você quiser participar, basta mandar seu texo, vídeo ou fotos para o email universitariacomunidade@gmail.com .  Tô esperando!
Um agradecimento especial aos amigos Leonardo Antônio, Antônio Arapiraca, Éden Amorin e Fernanda Fiuza, parte importante dessa iniciativa!